Simplificação

Alargar o BUPi em tempos de pandemia

Como expandir o BUPi a um território vasto, de 152 municípios, onde o conhecimento do terreno é tão escasso e, ao mesmo tempo, garantir que a informação necessária chega às populações em contexto de pandemia?


Como expandir o BUPi a um território vasto, de 152 municípios, onde o conhecimento do terreno é tão escasso e, ao mesmo tempo, garantir que a informação necessária chega às populações em contexto de pandemia?

Foi este o desafio que marcou o início dos trabalhos da Estrutura de Missão para o Sistema Cadastral Simplificado (eBUPi), que tal como a maioria das organizações no país e no mundo, teve de encontrar formas de adaptação às novas realidades de interação e comunicação com os cidadãos no contexto atual da pandemia provocada pela COVID-19.

O propósito da eBUPi é comum e ultrapassa gerações: conhecer mais o nosso território para melhor planear e, simultaneamente, incentivar os que são donos das terras a gerir o seu património individual, pelo bem de todos.

Análise no terreno

Como começar, então, os trabalhos?

O primeiro passo foi perceber melhor as motivações, a relação com o território e a experiência das diferentes populações com o cadastro.

Para responder a estas questões, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra fez um trabalho no terreno, nomeadamente nos concelhos de Penela, onde decorreu o projeto piloto, para se conhecer a opinião e a experiência dos cidadãos, e em Arouca, que irá aderir ao BUPi fase de expansão, com a intenção de perceber qual a sensibilidade dos seus habitantes para o tema do cadastro, assim como as suas principais expectativas e preocupações.

mapa de percurso

No decorrer deste estudo foram feitas entrevistas, remota e presencialmente, a utilizadores dos balcões BUPi, a técnicos habilitados dos municípios, a cidadãos e a elementos dos organismos locais, como Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e Associações Agro-Florestais. 

Foi também necessário ir ao terreno e observar a atual dinâmica comunitária e recolher feedback de alguns dos intervenientes relevantes para o processo, no que respeita aos locais frequentados pelos cidadãos, dentro e fora do contexto atual, quais as mensagens-chave determinantes para comunicar o BUPi de forma eficiente e quais os melhores meios e interlocutores para veicular as mensagens. O objetivo era claro: desenvolver e operacionalizar o plano de comunicação e marketing, mais próximo dos cidadãos e das suas reais necessidades, mas que soubesse bem integrar a realidade e contexto atuais.

Trabalho de Service Design

O “Service Design”, ou Design de Serviços, trabalha sobre a experiência dos utilizadores na sua interação com determinados serviços, com o objetivo de os tornar relevantes, apelativos e fáceis de interagir.

Sendo o projeto BUPi destinado às populações, esta metodologia acompanhou o projeto desde o piloto, em 2017. Nessa altura, a equipa de Service Design BUPi percorreu mais de 5,000 kms para entrevistar os diferentes atores do sistema, nos 10 municípios aderentes. Mas esta equipa também visitou balcões e propriedades, ou simulou a compra de terrenos rústicos, testando soluções de comunicação, com o objetivo de observar e perceber melhor as populações locais e a forma como se relacionam com os seus terrenos.

board-comunicacao_BUPi

Com a experiência adquirida durante o piloto, a equipa está novamente a preparar-se para o trabalho no terreno, atendendo aos principais constrangimentos da pandemia. Por isso, é essencial um trabalho próximo com a Administração Local, para dotar os municípios dos instrumentos de comunicação mais adequados às caraterísticas da sua população, que auxiliem na divulgação e execução do projeto e guiem os cidadãos no processo de georreferenciação das suas propriedades.

Mas o conhecimento do território implica um trabalho mais vasto, não só local, que passa por uma sensibilização das populações para a necessidade de proteção das suas terras. Para tal, é especialmente relevante a existência uma campanha de comunicação global, que responda ao objetivo de chegar a todos os Portugueses, dentro e fora do território nacional, através de canais de comunicação tradicionais, como a televisão e a rádio.

Comunicação e experiência digital

Finalmente, num mundo cada vez mais digital, e em especial num contexto de pandemia em que o recolhimento domiciliário é recomendado, é também essencial saber atuar na dimensão digital e saber chegar aos diferentes públicos que também caracterizam este projeto: desde os proprietários ou descendentes que vivem nos centros urbanos ou na diáspora.

Trata-se de criar uma experiência completa no relacionamento e na experiência digital dos cidadãos. Desde o momento em que ouvem pela primeira vez falar do cadastro simplificado, à experiência de identificação de polígonos e de registo e até à própria criação de embaixadores de projeto: cidadãos satisfeitos serão os melhores comunicadores do BUPi.

Para responder a esse desafio, foi necessário começar por repensar o site  BUPi, com informação relativa à expansão do projeto, atualizado regularmente e com uma interface mais simples para o cidadão, apostando na facilitação do início do processo de identificação das propriedades rústicas, que, após validação pelo técnico habilitado, resultará na representação gráfica georreferenciada dos terrenos.

imagem_novo_site

Também a relação de proximidade proporcionada pelas redes sociais e email começou a ser explorada: a presença nas redes sociais mais preponderantes e uma newsletter mensal, com o objetivo de comunicar regularmente informação sobre a expansão do BUPi e sobre a evolução da plataforma a todos os cidadãos e stakeholders do projeto.

Sabemos que agora, mais do que nunca, é necessário pensar e fazer diferente, para chegar a mais população e mobilizar para a colaborar neste projeto.

Afinal, o fim último é um objetivo comum: proteger o que é seu, para proteger o que é de todos.



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