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Inquérito indicia que portugueses estão menos atentos aos cuidados a ter para evitar fogos florestais

A AGIF, a agência que tem por missão fazer o planeamento, coordenação estratégica e avaliação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), disponibilizou no início deste mês as principais conclusões do Barómetro sobre as iniciativas de comunicação.


A AGIF, a agência que tem por missão fazer o planeamento, coordenação estratégica e avaliação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), disponibilizou no início deste mês as principais conclusões do Barómetro sobre as iniciativas de comunicação.

O Barómetro, que serve como um instrumento de monitorização das ações e campanhas, na perspetiva dos cidadãos, e reforça algumas questões do estudo realizado em 2019, avalia, também, anualmente, o impacto das ações e campanhas de todo o SGIFR, sistema esse onde está incluído o Balcão Único do Prédio (BUPi), entendido pelos intervenientes como uma medida de mudança estrutural na forma como se enfrenta o fenómeno dos fogos rurais.

Sobre as perceções da população, o inquérito parece apontar para a necessidade de um novo impulso nas ações e campanhas. Quando questionados sobre a mudança de comportamentos da população de forma a evitar a ocorrência de incêndios rurais, 51% considerou que nos últimos anos a população teve mais cuidados para prevenir incêndios. Só que esta percentagem representa uma descida expressiva face à opinião expressa em 2019, que se cifrou nos 76%.

Ao nível das mudanças de comportamento pessoal para prevenir a ocorrência de incêndios, há a assinalar que 1⁄4 dos inquiridos admitiu não praticar nenhuma ação para prevenir incêndios.

Contudo, entre os que reconhecem fazer esse esforço há boas notícias: as respostas dos inquiridos revelam uma ligeira subida, face a 2019, em três varáveis: limpeza da zona envolvente à sua casa, matas e terrenos; evitar queimas e/ou queimadas sem ser em segurança e evitar descuidos (pontas de cigarros, piqueniques, etc.).

Para a AGIF, as principais conclusões a retirar do estudo apontam para a necessidade de manter o foco em ações de sensibilização e que estas devem incidir de forma expressiva em eventos de proximidade, junto das populações das áreas de maior risco.

Uma das razões para isso tem que ver com os resultados obtidos nessa área. A propósito do nível de recordação e eficácia das campanhas de sensibilização, 63 % afirmou que as campanhas de sensibilização causaram um impacto positivo nas populações do meio rural, contra os 56% em 2019. Quase metade afirmou recordar-se de pelo menos uma campanha.

Sobre o impacto das campanhas de sensibilização, quase metade (46%) considera que houve mais informação face ao ano anterior. No entanto, esse valor é inferior ao manifestado no estudo de 2019, onde se chegou aos 74%. Também se registou uma descida na perceção sobre grau de esclarecimento pessoal sobre permissões e proibições de atividades na floresta.

Ainda assim, no estudo transparece a valorização que os mais de 1.000 inquiridos fazem do esforço que tem sido feito para mudar a forma como se enfrenta o fenómeno dos incêndios, os riscos, causas e comportamentos.

31% dos questionados considerou que a situação dos incêndios rurais “melhorou” nos últimos anos contra os 17% que haviam considerado o mesmo em 2019. Esta avaliação é suportada na perceção de melhoria nas várias frentes: desde a área ardida, combate, prevenção, mas também no número de mortes relacionadas com os incêndios rurais, com evolução positiva estatisticamente significativa face a 2019. As duas principais razões apresentadas para justificar esta perceção foram a de que houve maior orientação à floresta no que concerne à limpeza, para além de uma maior sensibilização da população para o tema.

O estudo permitiu ainda aferir a perceção dos inquiridos sobre os fatores que podem contribuir para a diminuição dos incêndios. A realização da limpeza das matas e florestas permaneceu como a principal variável identificada, mas uma maior vigilância e mais fiscalização subiram em comparação com os dados de 2019 na percentagem dos fatores listados.

O estudo foi realizado durante o mês de abril de 2021, junto da população residente nos locais identificados como de maior risco de incêndios rurais, com uma amostra total de 1.002 indivíduos, através do método de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos.



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